Uma roda de conversa, realizada no último dia 30 de novembro, em Salvador, reuniu representantes de instituições e agricultoras de diversos municípios, marcando o encerramento do mês dedicado a reflexões sobre a consciência negra e confirmando a força da ATER na luta pela igualdade racial. O evento, intitulado Café com Prosa e Feira de Saberes e Sabores, foi promovido pelo Governo da Bahia, através da Bahiater/SDR e Sepromi, em Salvador.
Foi uma oportunidade incrível para discutir territórios quilombolas, sistemas produtivos e, especialmente, para destacar o papel essencial das mulheres agricultoras nas comunidades. A ARCAS esteve presente através de seus colaboradores Joseane Dantas e Murilo Correia, e a agricultora beneficiária do Projeto Ater Mulher, acompanhada pela instituição, Adegilma Viana, da comunidade Baixão dos Negros, no município de Banzaê.
Durante a roda de conversa, foi ressaltada a importância de reconhecer e valorizar a história e as contribuições das comunidades quilombolas na agricultura familiar. Além disso, foi destacado o papel essencial das mulheres agricultoras nessas comunidades, que muitas vezes são as principais responsáveis pelo cultivo dos alimentos, pela preservação dos saberes tradicionais e pela geração de renda para suas famílias.
A ARCAS, através de seus representantes Joseane Dantas e Murilo Correia, compartilhou suas experiências e projetos voltados para o fortalecimento das mulheres agricultoras nas comunidades quilombolas. Eles ressaltaram a importância da assistência técnica e extensão rural (ATER) na promoção da igualdade racial e de gênero, fornecendo às agricultoras ferramentas e conhecimentos para potencializar suas atividades produtivas.
A agricultora beneficiária do Projeto Ater Mulher, Adegilma Viana, também teve a oportunidade de compartilhar suas experiências e desafios enfrentados no campo. Ela destacou a importância do apoio técnico oferecido pela ATER na melhoria de suas condições de trabalho e na valorização do seu papel como mulher agricultora e negra.
Durante a feira de saberes e sabores, foram expostos e comercializados produtos cultivados pelas mulheres agricultoras, como hortaliças, frutas, artesanato e alimentos tradicionais da cultura quilombola. A feira foi uma oportunidade não apenas de divulgar e incentivar o consumo desses produtos, mas também de promover a troca de conhecimentos e fortalecer os vínculos entre as agricultoras e o público em geral.
A roda de conversa e a feira de saberes e sabores foi um evento marcante no mês dedicado à reflexão sobre a consciência negra, demonstrando a importância de dar visibilidade e valorizar as contribuições das mulheres agricultoras quilombolas. O encontro também reforçou a necessidade de investimentos em políticas públicas e programas de ATER que promovam a igualdade racial e de gênero no campo, garantindo o fortalecimento e a autonomia dessas comunidades.
Durante sua apresentação a Técnica da ARCAS, Joseane Dantas, relatou que “a participação nesse evento foi um momento especial para compartilhar a experiência e o trabalho das mulheres quilombolas no território Semiárido Nordeste II. A ARCAS reafirma seu compromisso em promover e valorizar essas comunidades e atuando para autonomia, geração de renda, valorização e resgate cultural quilombola, participação social, empoderamento negro das mulheres e educação antirracista”.
O encontro contou ainda com as presenças do superintendente BAHIAATER, Lanns Alves de Almeida Filho; do Secretário de Territórios e Sistema Produtivo Quilombolas, Edmilton Cerqueira; da Presidente do grupo ‘Tortura Nunca Mais, Sirlene Assis; do ex-coordenador nacional do MNU, Nei Pires; entre outros.