Projeto Cisternas nas Escolas, da ASA, implementará cisternas em 2.500 escolas do Semiárido em 2015.
Catarina de Angola – Asacom *
Recife – PE
03/03/2015
Crianças da Escola Municipal Liberato, no Piauí, se envolvem na horta da escola utilizada na alimentação. | Foto: Ivanilde Lopes
Escolas do Semiárido brasileiro terão a possibilidade de guardar água para beber no período de estiagem. O projeto Cisternas nas Escolas, da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), irá implementar 2.500 cisternas em escolas de 255 municípios da região até o final deste ano. A meta é a construção de 5 mil tecnologias até o ano de 2016.
O projeto Cisternas nas Escolas levará cisternas de placas de 52 mil litros para que as unidades de ensino possam guardar água de beber e preparar alimentos, possibilitando que as aulas não precisem ser interrompidas por conta da falta de água nos períodos de estiagem. No entanto, além da construção das tecnologias, o projeto prevê a capacitação de profissionais das escolas, como professores, em cursos de gerenciamento de recursos hídricos e Educação Contextualizada. Estimulando que as escolas trabalhem o conhecimento e valorização das realidades locais e a convivência com Semiárido.
“Estamos chamando o Cisternas nas Escolas de Água de Educar porque essa proposta leva água, mas também desperta nas comunidades escolares uma ideia de educação para a convivência o com Semiárido, em que meninos e meninas, educadores e educadoras possam reconhecer e valorizar o local onde vivem numa perspectiva de educação libertadora e participativa”, diz Rafael Neves, coordenador do projeto.
Entre os anos de 2009 e 2011 a ASA já implementou cisternas em mais de 800 escolas do Semiárido. Na Escola Municipal Liberato, no município de Ipiranga, no Piauí, a cisterna de 52 mil litros implementada pelo projeto tem garantido água e trouxe o debate da Educação Contextualizada para as atividades. A escola também construiu uma horta e passou a produzir alimentos sem agrotóxicos, garantindo alimentação saudável. “A cisterna foi uma coisa maravilhosa para nossa escola. Ela ajudou a envolver as crianças, pais e mães, professores. Estamos com a proposta da horta que está sendo usada em nossa alimentação e pretendemos ampliar. Esta é uma ação muito importante”, colocou Reginalda Ribeiro, diretora da escola.
A falta de água interfere na realidade de muitas escolas da zona rural de municípios do Semiárido brasileiro. Por conta da falta de água em alguns períodos do ano letivo, muitas escolas atrasam seu calendário escolar, o que pode interferir no desenvolvimento escolar das crianças. Além disso, por muitas vezes a água que chega não é de boa qualidade. A ação da ASA permite que com as cisternas de placas, as escolas possam estocar água para os períodos de mais necessidade, não faltando assim água para beber ou produzir os alimentos. Além disso, a ação prevê uma articulação com prefeituras e secretarias municipais de educação.
Encontro de capacitação – De hoje (03) até a próxima quarta-feira (05), acontece em Juazeiro, na Bahia, um encontro de capacitação de monitores e monitoras pedagógicos do Projeto Cisternas nas Escolas. O encontro prevê a realização de mesas de debates e atividades que pretendem contribuir com a formação dos monitores pedagógicos que integram a ação do projeto. Os monitores integram as equipes dos projetos como articuladores das ações nos estados. Os participantes visitarão experiências de educação contextualizada na zona rural da região e construirão a metodologia de ação no projeto.
*Com a colaboração de Fernanda Cruz