SEGUNDA ETAPA SOBRE CERTIFICAÇÃO ORGÂNICA PARTICIPATIVA REÚNE REPRESENTANTES DE NOVE MUNICIPIOS DO SEMIÁRIDO NORDESTE II

Com a finalidade de realizar uma discussão em prol da construção de um Plano de Manejo da Unidade de Produção para o Sistema de Produção Orgânica para municípios integrantes do Território do Semiárido Nordeste II, foi realizado o segundo encontro sobre Certificação Orgânica Participativa no Diálogo com a Assistência Técnica e Extensão Rural.

A programação aconteceu, na sede da ARCAS, em Cícero Dantas, entre os dias 11 e 12 de março, e contou com a participação de representantes dos municípios de Banzaê, Euclides da Cunha, Fátima, Jeremoabo, Novo Triunfo, Ribeira do Pombal, Santa Brígida e Sítio do Quinto, além de representações locais, e do Presidente da instituição, Zé Pequeno, e colaboradores.

Realizado, através de parceria entre ARCAS e Núcleo Raízes do Sertão (vinculado à Rede Povos da Mata), o encontro teve como objetivo promover discussões e trocas de experiências entre todos os envolvidos no processo de certificação orgânica participativa.

A programação contou ainda com um breve resgate da primeira etapa, que aconteceu, entre os dias 29 de novembro e 1º de dezembro, através da realização da I Oficina de Sensibilização e Criação do Pré-Núcelo Sementes Vivas; e com a realização da II Oficina Escopo de Produção Vegetal Primária, onde os participantes receberam orientações sobre o preenchimento do Caderno de campo, do Plano de manejo, do roteiro de visita de pares teórico e prático e do Cadastro da UPF e do Termo de Adesão à Rede.  “Estivemos na Oficina sobre Certificação Participativa numa etapa importante que foi o repasse de como fazer o Plano de Manejo da Unidade Produtiva, como que a gente preenche nosso caderno de campo e como se organiza para fazer uma verificação da conformidade orgânica nas nossas unidades. Aqui, no nosso pré-núcleo, que conta com o apoio da ARCAS, a gente avalia de forma muito positiva de que os agricultores da primeira etapa estão aqui assumindo esse compromisso de modificar a sua forma de cuidar da terra, retirando dela todos os produtos químicos que são colocados, e assim fazer a transição agroecológica. A gente pretende entre outubro e novembro dá os certificados para alguns agricultores. Então a gente sai daqui certos de que logo teremos agricultores e agricultoras certificadas aqui nesse território”, destacou agricultora da Rede Paula Ferreira, da Rede Povos da Mata.

Parte da programação também foi realizada uma Visita à Unidade de Produção Familiar.

Com o diálogo entre os produtores, a assistência técnica e as organizações envolvidas, a certificação orgânica participativa poderá se tornar uma realidade cada vez mais presente e consolidada na região, garantindo alimentos mais saudáveis e sustentáveis para a população local.

Segundo a Coordenadora de Projetos da ARCAS, Adriana Sá, “a realização deste encontro foi de extrema importância para fortalecer a cadeia produtiva de alimentos orgânicos na região, assim como para incentivar a adesão de mais produtores ao sistema de certificação participativa. A construção do Plano de Manejo da Unidade de Produção para o Sistema de Produção Orgânica será uma ferramenta fundamental para orientar e acompanhar o desenvolvimento da agricultura orgânica nos municípios do Território do Semiárido Nordeste II”.

Agricultores avaliam o evento

Agricultores participantes da segunda etapa fizeram uma avaliação do evento e destacaram a importância de se discutir estratégias para a implementação de práticas sustentáveis na agricultura.

Os agricultores ressaltaram a troca de experiências e conhecimentos durante o evento, que contribuiu para o enriquecimento das práticas agrícolas e para a melhoria da produtividade no campo. Eles também mencionaram a importância de se promover a conscientização sobre a importância da produção orgânica para a saúde humana e para o meio ambiente.

A agricultora Josefa Beatriz, do município do Sítio do Quinto, beneficiária do Projeto Ater Bioma Caatinga, destacou, que apesar de produzir hortaliças “orgânicas” não possui a comprovação de fato sobre a origem de sua produção. “Então essa certificação é boa porque tenho como comprovar que minha hortaliça é orgânica, produzida de forma natural”.

Por fim, os agricultores se comprometeram a aplicar as orientações discutidas durante o evento em suas propriedades, visando uma produção mais sustentável e responsável. Eles também destacaram a importância de se promover novas ações e encontros para dar continuidade ao trabalho iniciado na construção do plano de manejo da unidade de produção orgânica. “Essa discussão foi muito importante para autonomia das famílias. Sabemos que é importante garantirmos e comprovarmos, através dessa certificação, que os nossos alimentos são de fato de qualidade atestada. Com essa capacitação, entre conhecimentos e troca de experiências, saberemos vencer as dificuldades do dia a dia”, opinou o agricultor Rosalvo Peixinho, do Povoado Barreira do Tubarão, no município de Heliópolis.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *